Trabalhos de orientandos defendidos em 2022

Em 2022 tive o prazer de trabalhar com orientandas e orientandos ótimos. Eles estão desenvolvendo pesquisas em diversos âmbitos: Programa de Iniciação Científica da UNESPAR (PIC-UNESPAR), TCC dos cursos de Bacharelado em Música Popular e Licenciatura em Música do Campus de Curitiba II da UNESPAR (antiga FAP), Mestrado em Música da UNESPAR (PPGMUS-UNESPAR) e Mestrado e Doutorado em História da UFPR (PPGHIS-UFPR).

Alguns desses trabalhos acabam não sendo publicados ou não sendo disponibilizados nos sítios das universidades. Em geral, estou colocando todos os trabalhos de orientandos em uma aba aqui nesta página. Quem quiser procurar os trabalhos de anos anteriores, a informação está toda ali.

Neste post vou colocar apenas as dissertações de mestrado e teses de doutorado, defendidas nos Programas de Pós-Graduação da UNESPAR (PPGMUS) e da UFPR (PPGHIS).

Tese de doutorado de Ícaro Bittencourt

Ícaro Bittencourt foi meu primeiro orientando de doutorado. Em fins de 2018 ele chegou com o projeto para o processo seletivo, ingressou em 2019 no PPGHIS, atravessou a pandemia e ainda defendeu um pouco antes do prazo, em dezembro de 2022.

A tese tem como título Como fazer música independente no Brasil: produção musical, arte e política na trajetória de Francisco Mário (1978-1988). Na banca de defesa tivemos a participação da professora Rosane Kaminski, do PPHIS-UFPR, do professor Allan Oliveira, do PPGMUS-UNESPAR, do professor José Adriano Fenerick, do PPG-História da UNESP de Franca, e da professora Andrea Wosniak Giménez, da SEED-PR.

Foto com a banca de defesa de tese de Icaro Bittencourt no PPGHIS-UFPR (está faltando professor Adriano Fenerick, que participou por vídeo chamada)

A tese do Ícaro está disponível aqui, no repositório da UFPR. Seu trabalho investigou as relações entra a carreira de Chico Mário e as questões relativas à produção musical no período. As principais fontes foram os escritos de Chico Mário, entrevistas e depoimentos concedidos pelo músico e por outros músicos, e os discos lançados pelo músico no período 1978-1988 e matérias de imprensa sobre essas gravações, shows e o trabalho de Chico Mário em geral.

Ícaro é professor do Instituto Federal Catarinense, reside em São Francisco do Sul – SC. Ele também é editor e autor no blog Música esparsa.

Dissertação de mestrado de Érica Santana dos Passos

Érica foi a primeira estudante a fazer um “caminho completo” como minha orientanda – começou no Programa de Iniciação Científica da UNESPAR, pesquisando a crítica musical de Mário de Andrade no jornal Diário Nacional. Depois do trabalho no PIC-UNESPAR, fez também um artigo para o TCC do curso de Licenciatura em Música, e transformou o interessa nesta pesquisa em um projeto de mestrado, com o qual ingressou no PPGMUS-UNESPAR em 2020.

Érica defendeu sua dissertação em agosto de 2022. O título do trabalho foi Mário de Andrade e seu legado para uma arte integrada na educação a partir da infância. A banca foi composta pelos professores Tiago Madalozzo, da UNESPAR e Allan Oliveira, do PPGMUS-UNESPAR.

A dissertação está disponível aqui, no sítio do PPGMUS. O trabalho analisou principalmente textos de Mário de Andrade, nos quais ele formulou ideias sobre educação musical e sobre importância da música integrada às artes da formação das crianças. Investigou também documentos sobre a atuação de Mário de Andrade no período como diretor do Departamento de Cultura de São Paulo, entre 1935 e 1937, período no qual o escritor implantou várias políticas que defendia em seus textos.

A Érica ainda fez um relato de experiência de sua atuação em um projeto social com um coral infantil em um bairro de Curitiba, e comparou propostas de Mário de Andrade com trabalhos de outros educadores musicais brasileiros mais recentes.

Dissertação de mestrado de Rafael Antunes de Freitas

Rafael defendeu sua dissertação em julho de 2022. A banca foi composta pelos professores Allan Oliveira (PPGMUS-UNESPAR) e Rafaela Lunardi (FFLCH-USP). Assim como Érica, Rafael foi da turma que cursou o mestrado inteiramente no período da pandemia. O dia de sua defesa foi o dia em que ele esteve pela primeira vez na sala do mestrado, na UNESPAR.

O título do trabalho foi A invenção da música nordestina: Luiz Gonzaga em seus primeiros 13 anos de carreira (1941-1954). A dissertação está disponível aqui, no sítio do PPGMUS-UNESPAR.

Rafael trabalhou com periódicos, principalmente a Revista do Rádio, para investigar a repercussão do trabalho de Luiz Gonzaga no período inicial de sua carreira. Além disso, Rafael estudou todas as gravações lançadas por Luiz Gonzaga no período – lembrando que nesta época prevaleciam os discos de 78 rotações, com uma música de cada lado. A pesquisa com os fonogramas foi feita no acervo digitalizado da Discografia Brasileira do Instituto Moreira Salles. O acervo da Revista do Rádio foi consultado no acervo digitalizado da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.

O principal interesse da dissertação está na demonstração tanto da repercussão de Luiz Gonzaga na imprensa (muito pouca, comparado ao seu sucesso fonográfico) como nas análises sobre como o cantor, instrumentista e compositor criou uma forma para a música nordestina, termo que sequer existia à época em que o músico atuava.