Texto antigo, originalmente publicado em 9/2/2008
Descobri com grande atraso uma maravilhosa fonte de conhecimentos e apreciação de música de violão. É o programa do Fábio Zanon na Rádio Cultura FM, em São Paulo. Quem não é de São Paulo, e não pode ouvir diretamente os programas, tem a chance de baixá-los em MP3. Num espaço generosamente criado para esse fim (aqui). Mas eu recomendo que se ouça o programa em ordem, do primeiro em diante, para maior proveito. Explico a seguir.
Fábio Zanon é um dos grandes concertistas de violão que o Brasil já produziu. Não é pouco num país quem tem os irmãos Abreu, Turíbio Santos, Barbosa Lima e os irmãos Assad – para ficar apenas nos mais óbvios de amplo sucesso internacional.
Além de ser exímio violonista, o homem é detentor de rara cultura musical. É doutor em música na Inglaterra e, antes de embrenhar-se pelo mundo dos recitais de violão ainda hesitou em ser maestro. Por isso, as explicações que ele dá no programa são preciosidades. Sabe encontrar a influência que determinada obra sofreu de outra. A riqueza harmônica e formal que faz daquela obra específica uma estrela do repertório. Compositores desconhecidos até do público violonístico. As melhores gravações e os melhores intérpretes (inclusive com o link para comprar os CD’s e as partituras).
Nem precisava de tanto para o programa ser imperdível!
Os primeiros 4 programas da série estão aqui.
O primeiro é a história do ressurgimento do violão como instrumento de concerto na virada do século XX, após mais de 50 anos de ostracismo num mundo repleto de pianistas e violinistas.
O segundo fala dos primeiros compositores não-violonistas a escreverem para o instrumento.
O terceiro continua tratando dos compositores e violonistas espanhóis que levaram o instrumento a merecer o status concertísitco.
O quarto programa fala de três brilhantes compositores injustamente esquecidos e suas maravilhosas sonatas para violão.
Quem já perdeu a transmissão dos programas pelo rádio como eu, não perca a oportunidade de conhecer um pouco melhor o mais sutil e instigante de todos os instrumentos musicais.